Duas perspectivas buddhistas sobre a temporalidade e o renascimento

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DOI:

https://doi.org/10.20890/reflexus.v14i1.1707

Resumo

A doutrina do renascimento transmite a ideia de uma perspectiva temporal mais extensa, que abarca múltiplas vidas. Mas a medida em que o buddhismo chega à modernidade, outras interpretações começam a aparecer. Um exemplo é a interpretação psicológica de Ajahn Buddhadāsa, segundo a qual o termo “renascimento" se refere ao surgimento sucessivo da ideia do “eu" a cada instante de consciência. Esta interpretação diminui consideravelmente a extensão da perspectiva temporal ligada ao renascimento. Contra esta interpretação, Thānissaro Bhikkhu argumentou que uma perspectiva temporal mais extensa é necessária para a compreensão de conceitos centrais do buddhismo como kamma ou dukkha. O objetivo principal deste artigo será investigar o papel da temporalidade na compreensão desses conceitos. Aliviando as preocupações de Thānissaro Bhikkhu, irei argumentar que uma perspectiva temporal mais restrita parece ser igualmente capaz de prover os elementos necessários para a compreensão profunda e completa dos principais ensinamentos buddhistas.

Biografia do Autor

Felipe Nogueira de Carvalho, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutor em Filosofia e Ciências Sociais pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris, França). Pesquisador pós-doutor pelo programa Capes-PrInt no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais.

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Publicado

2020-06-30

Edição

Seção

Artigos