SILÊNCIO EM SÃO BENTO

Autores

  • José Carlos Ferraz

Resumo

O falar e o calar-se são formas de intensas implicações para a vidado ser humano. Sendo assim, como na maioria das religiões, é dadagrande importância à palavra, quanto ao silêncio. Na SagradaEscritura, podemos encontrar nos livros sapienciais a relação entreesses estilos e o sagrado mistério de Deus. Entre os monges, buscaro equilíbrio entre o silêncio e o falar era parte da doutrina teóricopráticoda busca de uma vida perfeita e são inúmeras as referências,em todos os documentos monásticos, em relação a essa sabedoria. Osilêncio era algo que buscava dar tranquilidade ao coração domonge para a escutar o espírito Santo e, então, suas palavras,animadas através deste mesmo Espírito, traziam o entusiasmo defortalecer, exortar e consolar. Tais monges eram denominados“pneumatoroi”, isto é, mensageiros do Espírito de Deus. A santaRegra de São Bento não busca apresentar uma doutrina, mas umaforma de observância através de exercício prático sobre o falar . Osestudiosos percebem a diferença que possui o termo latino“silenctium” (abster-se de falar” e “taciturnitas” (falar commoderação). A questão de taciturnidade não se limita apenas a umaqualidade do discípulo perto de seu mestre; mas possui uma relaçãotambém, densamente, com uma atitude de humildade, elemento esseconsiderado primordial da espiritualidade monástica. São Bento éfiel à tradição monástica, na qual é bem rigorosa com as ditas“brincadeiras, palavras ociosas e o riso excessivo” .

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Publicado

2019-10-17

Edição

Seção

Resumos do Simpósio do Mestrado em Ciências das Religiões