A RELIGIOSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UMA PRÁTICA NATURALIZADA

Autores

  • Kátia Belan Silva

Resumo

Na maioria das escolas públicas brasileiras parece costumeiro no início do calendário letivo o corpo docente seja convocado por suas direções a organizar datas comemorativas através de iniciativas que vão desde a confecção de símbolos para decoração dos murais e paredes que representam a festa até a abordagem dos conteúdos disciplinares. Dentre várias atividades previstas tais como: baile de carnaval, festa da família, páscoa e natal encontramos no caldeirão religioso o ensaio da quadrilha, onde temos várias crianças sentadas nas arquibancadas na quadra da escola pois não foram autorizadas por seus pais a participarem desse ato pedagógico de cunho religioso. Alguns desses preparativos se configuram dentro de uma ordem religiosa cristã, exercendo forte presença dentro do currículo oculto dessas datas de forma natural e espontânea. A escola pública foi colonizada pela religiosidade. Podemos dizer em geral, que a iniciativa de celebrar as datas comemorativas parte da ideia de um plano de ação pedagógico anual e obrigatório a ser cumprido do que uma iniciativa coletiva reflexiva construída pelos atores da comunidade escolar. Ao ser desenvolvida essas ações no decorrer do ano alguns alunos não participam dessas atividades pedagógicas, pois esse direito lhe é negado. A escola tem o papel de ensinar, socializar e garantir um espaço longe das disputas ideológicas de doutrinação. Precisamos de práticas que sintonizem a laicidade nos espaços educacionais.

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Publicado

2019-10-04

Edição

Seção

Resumos do Simpósio do Mestrado em Ciências das Religiões