LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA EM COLISÃO COM O DIREITO À VIDA

Autores

  • Bianca Vallory Limonge Ramos

Resumo

A interpretação da Bíblia, a interpretação da palavra é o que guia as Testemunhas de Jeová, no sentido de não se submeterem à transfusão de sangue ou qualquer outro tratamento médico que utilize o sangue, na medida em que as Testemunhas de Jeová acreditam que a transfusão de sangue violaria a vontade de Deus, eis que se compararia a comer o sangue, contrariando, segundo sua crença, a determinação bíblica no sentido de se abster de sangue. Para um membro Testemunha de Jeová, ser transfundido vai poluir a si mesmo, fazendo-se perder sua santidade, tornando-o impuro, profano, violando, assim, uma obrigação moral, um imperativo ético imposto ao crente. O sangue, para as Testemunhas de Jeová, representa a vida, algo sagrado, mas quando utilizado para a transfusão se torna impuro, profano, eis que se compara a comer o sangue, contrariando, segundo sua crença, a determinação bíblica no sentido de se abster do sangue, reforçando, desta forma, a análise de Eliade no sentido de que o sagrado e o profano constituem duas modalidades de ser no mundo, o sagrado é sagrado e profano ao mesmo tempo, porque tem a ver com a experiência do homo religiosus, com a situação existencial assumida pelo homem ao longo de sua história. No caso, portanto, de uma pessoa capaz e consciente quando do ato de manifestação de sua vontade, sua crença e sua vontade devem ser respeitadas, alicerçadas no princípio da dignidade da pessoa humana e no fato de que a liberdade religiosa é um direito fundamental.

Downloads

Publicado

2019-10-04

Edição

Seção

Resumos do Simpósio do Mestrado em Ciências das Religiões