AS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

Autores

  • Bruno Ferreira Gomes

Resumo

O candomblé, assim como as outras denominações de matriz africana configuraram-se no País nos séculos XVIII e XIX com a vinda dos negros, trazido da África, como escravos. Com homens e mulheres (cerca de 3,5 milhões) escravizados vieram, para além da cultura, sabedoria e dos costumes (tradições culinárias, medicinais e ritmos musicais) do povo o qual faziam parte, também a religião. Estabeleceram-se com influências marcantes do catolicismo e de ritos indígenas, tanto o candomblé quanto as demais religiões de matriz africana com estruturas autônomas nas diversas regiões do Brasil. Sua organização se deu a partir da origem de sua nação ou de acordo com a sua tradição, obedecendo à mesma dinâmica para a adoção de nomes. Desse modo, é possível observar que, por exemplo, surgiu na Bahia o candomblé; em Pernambuco, o xangô; no Rio de Janeiro, a macumba; no Maranhão e o tambor de mina e no Rio Grande do Sul, o batuque. O candomblé, na verdade, está longe de ser uma religião da África, ele é apenas a resultante, em solo brasileiro, do contato das religiões africanas vindas com os escravos. As várias tradições africanas se amalgamaram no contexto do Brasil, e estas, com a matriz indígena e com o catolicismo trazido pelos colonizadores europeus. As religiões afro-brasileiras são uma das chaves de interpretação da cultura popular no País, podendo-se constatar sua presença marcante nos mais diversos campos de atuação do fazer brasileiro.

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Publicado

2019-08-19

Edição

Seção

Resumos do Simpósio do Mestrado em Ciências das Religiões