“DEUS” NO DISCURSO DA ACUSAÇÃO

Autores

  • Nelson Lellis Ramos Rodrigues

Resumo

A comunicação apresenta a análise de um trecho do discurso da Drª. Janaína Conceição Paschoal, advogada de acusação do impeachment da presidente Dilma Vana Rousseff, proferido no Senado Federal em 30 de agosto de 2016. Tanto o discurso religioso quanto o jurídico são "discursos constituintes", capazes de: a) gestar sentido à coletividade; b) garantir-se como protagonista e, por isso, superior aos demais; c) ligar-se a uma fonte de legitimidade para autorizar o próprio discurso. Os discursos constituintes são dotados de archéion (“princípio transcendente onde o discurso se apóia”). A advogada Janaína lança mão do archéion dogmático-cristão como o sustentáculo de toda a acusação; avança na tentativa de tornar sua fala num axioma ao interpretar a ação da divindade (o que subentende um Deus cristão) como responsável por orquestrar a denúncia dos “crimes” da presidente Dilma através das pessoas que, naquele momento, estavam a favor do impedimento.

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Publicado

2019-08-19

Edição

Seção

Resumos do Simpósio do Mestrado em Ciências das Religiões