FORMAÇÃO DO PODER FUNDAMENTALISTA DE CONFESSIONALIZAÇÃO DA POLÍTICA E O RISCO PARA A DEMOCRACIA BRASILEIRA

Autores

  • Italo Jose Queiroz Pompermayer

Resumo

O título desta comunicação se apropria de uma fala do teólogo brasileiro Frei Betto, cunhada num encontro Nacional de Fé e Política na Universidade Católica de Brasília no final do ano de 2013. Objetiva-se argumentar se a atuação da Bancada Evangélica no Congresso Nacional Brasileiro tem, de fato, construído um caminho de tomada de Poder. Não há dúvidas que a Bancada Evangélica, enquanto Frente Parlamentar, existe para a defesa dos interesses de seus integrantes congressistas, ou, na defesa dos interesses dos eleitores que esses representam, quais sejam, segmentos religiosos com discursos fundamentalistas. O teólogo Frei Betto, que é católico, mostra uma preocupação com o avanço exponencial do discurso pentecostal (neo-pentecostal) que está “elegendo”, sob a égide de uma eventual escolha divina ou missão especial, membros de suas igrejas para atuarem diretamente na Política e, muito mais especificamente, nas cadeiras do Congresso Nacional onde são confeccionadas as leis brasileiras, tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados. Os congressistas (deputados e senadores) podem inclusive promover alterações no texto constitucional. Essa guinada é um dos objetivos desta missão instituída pelos fundamentalistas: afastar do texto da lei constitucional e infraconstitucional (e por conseguinte afastar sua legalidade e legitimidade) importantes conquistas de igualdade das minorias, a exemplo de homossexuais e de religiões de matrizes africanas, e põe em risco a Democracia.

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Publicado

2019-08-13

Edição

Seção

Resumos do Simpósio do Mestrado em Ciências das Religiões