BANCADA EVANGÉLICA E O ESTADO LAICO

Autores

  • Thaniggia Petzold Fonseca

Resumo

Há um debate acerca do envolvimento da religião na esfera pública, sobretudo diante da existência de uma Frente Parlamentar Evangélica dentro do Congresso Nacional. O que enseja o embate é o fato do Estado ser laico, não confessional, conferindo liberdade religiosa, sendo país pluralista com diversas crenças, devendo conduzir suas questões sem ingerência religiosa. Destaca-se a Bancada Evangélica no Congresso, pois várias posturas tomadas por ela colocam em xeque a laicidade, pretendendo inserir no espaço público, valores pessoais ligados à crença e á fé. O fato a ser questionado não é a necessidade dos parlamentares terem que se despir de todo o arcabouço moral ligado à religião que seguem, preocupante é que o Congresso é espaço de deliberação das normas que vão reger as relações de atores sociais ateus, agnósticos ou das mais diferentes religiões. Não se deve olvidar que conceitos moralistas advindos de dogmas religiosos estão ligados à vida privada, não podendo prevalecer na esfera pública, sobretudo quando os seus detentores são pessoas que possuem um cargo público com a função precípua de representar toda a população, esta composta por diversas religiões, com doutrinas, costumes e ritos diferenciados, o que repele a imposição dos interesses de certo grupo religioso em detrimento dos demais. Não é viável a criação de um “subpartido” com a pretensão de impor leis que atendam aos interesses religiosos, enfocando que vida religiosa está ligada ao intimo de cada um de nós.

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Publicado

2019-08-08

Edição

Seção

Resumos do Simpósio do Mestrado em Ciências das Religiões