O CONCILIO VATICANO II, UMA HISTÓRIA DE UNIDADE E DIVISÕES

Autores

  • Henrique Eugênio Spindola

Resumo

Vou fazer uma breve história deste célebre concílio na Igreja Católica Romana, celebrado entre os anos 1961-1965 visando os elementos que fizeram possível a contestação levantada por um grupo de bispos liderado por Dom Marcel Lefevre em França e Dom Antônio, Bispo de Campos, em Brasil. Tratarei de mostrar que não existe um único ponto que criou a fogueira da divisão ou cisma, senão uma caminhada do concilio em seu todo. Que teve sua expressão mais alta na declaração sobre a liberdade religiosa, mas que passou pela liturgia, pelo conceito de revelação e tradição, que se alicerçou num novo conceito de Igreja e sobre tudo que fez uma opção de dialogo com o mundo moderno, sem condenações, sem alteridades desiguais, num caminho onde se aceitava plenamente o mundo, a secularidade com toda sua autonomia da Igreja e seu credo. A igreja, sociedade perfeita, deixou de ser a Rainha da humanidade para converter-se em servidora da humanidade desde a descoberta das fontes originais no santo evangelho de Jesus Cristo. Foi uma revolução total que fez abandonar a Igreja precedida por Pedro? Não foi um simples abandono da língua latina, foi reconhecer que a Igreja Católica Apostólica e Romana não é o único caminho da salvação? Não foi reconhecer que ela é uma instituição religiosa como outras, que está no mesmo patamar de reconhecimento? Não foi reconhecer que a liberdade religiosa está precedida pela liberdade de consciência (Lutero!)? Não foi enxergar que acabou a hegemonia política da religião católica e começou a época do dialogo de igual para igual com todas as instituições religiosas e mundanas, sem a pretensão da verdade absoluta?

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Publicado

2019-08-08

Edição

Seção

Resumos do Simpósio do Mestrado em Ciências das Religiões