A IMPROVÁVEL COEXISTÊNCIA ENTRE O DEUS MONOTEÍSTA DA BANCADA EVANGÉLICA E A DEMOCRACIA NO BRASIL

Autores

  • Italo Jose Queiroz Pompermayer

Resumo

O discurso neopentecostal apresenta-se como um monoteísmo exclusivista e intolerante às demais religiões e aos próprios segmentos cristãos: não se admite nada que seja de alguma forma adorado ou venerado além do Deus Único que creem. A intolerância também abriga a não aceitação de textos sagrados de outras religiões; somente o seu próprio texto sagrado, a Bíblia Cristã, é considerado como a Palavra do Deus Único, que deve ser rigorosamente seguida e posta acima de todos os demais textos, inclusive os normativos e fundamentais a existência do Estado Republicano e Democrático: a Constituição do país. O fundamento das ideias e do pensamento exposto pelos líderes políticos e congressistas de confissão religiosa evangélica, pentecostais, não está no aprendizado humano advindo do convívio de várias gerações, mas num antigo texto sagrado de um deus monoteísta, considerado único e inerrante e posto acima dessas vontades humanas, mesmo além da história e da cultura. O discurso monoteísta da Bancada Evangélica se põe acima dos elementos que compõe o Estado. Há uma clara “negação do outro”. Negação da existência de outro deus, e assim de outras ideias e existências. Esse discurso afronta a sociedade brasileira enquanto construção histórica e social, reduzindo os avanços advindos da experiência de convívio entre as gerações, que traz a tendência de igualdade e respeito ao outro. Há receio que a Democracia Brasileira não resista ao monoteísmo cristão evangélico pentecostal.

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Publicado

2019-08-08

Edição

Seção

Resumos do Simpósio do Mestrado em Ciências das Religiões