A RELIGIÃO COMO LINGUAGEM E A EXPERIÊNCIA EXISTENCIAL DE SENTIDO EM RUBEM ALVES

Autores

  • Gustavo Claudiano Martins

Resumo

"O homem é um construtor de mundos", é a acusação de Rubem Alves contra o realismo da ciência cientificista. Estes mundos não são edificados com pedras e paus e escapam aos olhos e dedos, eles transcendem o nosso corpo através da linguagem, uma reconfiguração e não um espelho do real, organizados e estruturados a partir de valores e emoções, que possuem um centro estruturante, neste caso, a necessidade de viver. O objetivo desse ato criativo é tornar coerente aquilo que existe como dado concreto, pois "o homem é o único ser que se recusa a aceitar a realidade como ela é", e a religião é a linguagemprotesto do homem oprimido à esta recusa. Enquanto a linguagem científica procura descrever o mundo, a linguagem religiosa exprime como o homem vive em relação ao mundo. Religião, não se trata da questão da existência ou não de deuses (apesar de estas figuras desempenharem funções importantes em algumas formas religiosas), o que importa é a "paixão infinita", nos termos de Kierkegaard, ou o "sentido último" para Tillich, que estão no interior da consciência humana. Para Rubem Alves, o sentido de vida é um sentimento, uma transformação de nossa visão de mundo, é uma hipótese acerca do universo. "O sentido da vida se dependura no sentido da morte".

Downloads

Publicado

2019-08-05

Edição

Seção

Resumos do Congresso Internacional da Faculdade Unida