A PROBLEMÁTICA DA TRADIÇÃO E MODERNIDADE NO CONCÍLIO VATICANO II E SEUS DESDOBRAMENTOS NA DIOCESE DE CAMPOS DOS GOYTACAZES

Autores

  • Henrique da Silva da Silva

Resumo

A presente comunicação busca analisar as mudanças sofridas pela Igreja Católica pós-Concílio Vaticano II e que, em certa medida, foram rechaçadas por alguns bispos, dentre os quais ressalvo Dom Antônio de Castro Mayer, que viu, em tal concílio, e sobretudo, no seu diálogo com a modernidade, um caminho perigoso para a tradição, considerada um forte pilar de manutenção histórica da Igreja e da sua sobrevivência ao secularismo. Diante das propostas conciliares, pode se verificar uma perda da identidade da Igreja, que passou a retratar-se como uma instituição de profundo diálogo sociológico e não mais teológico. Abandonou-se a universalidade do latim, para se abraçar localidade do vernáculo. O Sacrifício Eucarístico transformou-se em banquete, festa. Essa visão com o mundo moderno e sua sacramentalidade questionou duas coisas: a essência da Igreja e a autoridade dentro da Igreja. A igreja, Corpo de Cristo, passou a ser povo de Deus, e, como já dito: de uma idéia teológica, passou-se a uma idéia mais sociológica. Dom Antônio de Castro Mayer, que, mesmo nunca tendo demonstrado publicamente o desejo de ruptura com a Sé romana, abriu caminho, em certa medida, para o movimento denominado Tradicionalismo Católico na diocese de Campos dos Goytacazes. Durante vinte anos, nesta localidade se formou um grupo também chamado de "tradicionalistas" onde se verificou um forte discurso de repúdio ao Concílio Vaticano II questinando-se a essência de ser católico pelo viés da tradição.

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Publicado

2019-06-12

Edição

Seção

Resumos do Simpósio do Mestrado em Ciências das Religiões